HRS participa da campanha “PREVENÇÃO DA INFECÇÃO NA UTI” promovida pela AMIB 15/09/2015 - 09:40

Infeccao


A sepse é um enorme problema de saúde pública atual, ela é responsável por mais óbitos do quer o câncer ou o Infarto Agudo do Miocárdio. Estima-se cerca de 15 a 17 milhões de casos de sepse no mundo, sendo aproximadamente 670 mil só no Brasil. Recentemente um estudo mostrou que 30% dos leitos de UTI no Brasil estão ocupados com Pacientes com sepse grave e choque séptico.

A infecção na UTI é um dos maiores problemas que o intensivista enfrenta no dia-a-dia chegando a ter uma letalidade de 55% nas UTIs brasileiras. Esta incidência e a progressiva gravidade são delineados por vários fatores, dentre eles o desconhecimento acerca do problema.

Uma pesquisa do ILAS (instituto latino-americano de sepse) mostrou que 93% dos entrevistas em 134 municípios brasileiros nunca ouviu falar sobre a sepse, comparativamente, 98% tinham conhecimento sobre o infarto cardíaco, evidenciando o desconhecimento da população leiga acerca do assunto.

Diante deste panorama a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) lançou neste ano de 2015 uma campanha no Brasil com o tema: PREVENÇÃO DA INFECÇÃO EM UTI”, com a divulgação dos 7 pontos chaves a serem observados na prevenção da infecção e paralelamente á campanha do ILAS com o tema: “PARE A SEPSE, SALVE VIDAS”. Ambas as campanhas tem como objetivo principal a disseminação de informações á população leiga e capacitação dos profissionais na identificação precoce, a fim de reduzir o impacto social do problema.

Diante da dimensão do problema da necessidade de contribuir para a mudança deste panorama, os profissionais das UTIs do Hospital Regional do Sudoeste, com o apoio da direção da instituição estiveram desenvolvendo diversas atividades durante toda esta semana, divulgando junto aos familiares de pacientes internados os 7 pontos chave para a prevenção de infecções na UTI e na comunidade em geral, sanando  diversas duvidas e disponibilizando o material de apoio recebido da AMIB.

Dentre os pontos abordados estão:

1-    Higiene das mãos: apesar de um ato simples, a lavagem das mãos com água e sabão e o uso de álcool gel é a principal medida para proteger e prevenir a infecção naqueles a quem você ama. Esta medida deve ser praticada por todos os profissionais de saúde assim como pelos familiares e visitantes. Fique atento para que esta medida sempre ocorra.

2-    Uso racional de antibióticos: nos últimos anos o uso irracional de antibióticos contribuiu para o surgimento de bactérias multirresistentes, aumentando o impacto deste fator na mortalidade decorrente de infecções. Não use antibióticos sem a indicação e prescrição de um médico, esteja atento para a dose e o tempo indicado por ele. O uso racional de antibióticos previne o surgimento de bactérias resistentes.

3-    Uso adequado das precauções de contato: a equipe irá orientar quanto á necessidade de adoção de medidas de precaução que incluem o uso de luvas, aventais e máscaras. O objetivo principal é evitar a contaminação cruzada entre pacientes no ambiente de cuidado intensivo. Ao visitar seu familiar não saia do leito/Box.

4-    Rastreio e medidas de isolamento dos casos: a CCIH de cada instituição é o setor responsável pela elaboração de protocolos para identificação e controle dos fatores de risco de infecções. A principal medida de rastreio é muito simples e consiste na coleta de material com uma haste flexível com algodão do nariz e ânus.

5-    Limpeza do ambiente: alguns agentes infecciosos sobrevivem no ambiente por tempo prolongado e podem sobreviver nos materiais e equipamentos usados pelo paciente. Profissionais treinados realizam a limpeza especial desta unidade. Não traga objetos ao leito da UTI que não sejam necessários ao tratamento do seu familiar, eles podem servir de moradia para estes agentes infecciosos. É importante também, ao sair do leito de seu familiar, evitar o contato das mãos com superfícies e objetos antes da correta higienização das mãos.

6-    Vigilância epidemiológica: a partir do conhecimento da realidade epidemiológica de cada UTI é possível adotar estratégias de prevenção e terapêuticas adequadas.

7-    Educação continuada dos profissionais de saúde.


Para atender a este último ponto a equipe multidisciplinar da UTI adulto do Hospital Regional do Sudoeste, contando com o apoio da direção da instituição, da Secretaria de Estado da Saúde e em parceria com o Centro de Ciências da Saúde da UNIOESTE Campus de Francisco Beltrão  está organizando um “I Jornada Regional de UTIs”, no dia 27/11/2015 com uma programação especial acerca do tema.  Esta programação acontecerá no “I Congresso Nacional de Ciências Aplicadas á Saúde” promovido pela UNIOESTE que será realizado nas datas de 24 a 27 de novembro e contará com palestrantes de várias instituições de saúde e de ensino do Paraná e outros estados como São Paulo e Santa Catarina. Em breve estará disponível o site com todas as informações do Congresso e quem tiver interesse poderá realizar a sua inscrição.

A informação é a maior ferramenta para parar a sepse. Profissional de saúde envolva-se, aprimore e dissemine o conhecimento.


Mirian Carla Bortolamedi Silva – Enfermeira Intensivista
Paulo César Nunes fortes – Médico Intensivista

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